domingo, 15 de maio de 2011

Um Buquê de Cravos Como Adeus... (17/04/2011)

Um buquê de cravos tristes,
Órfão dentro de um vaso vai assim abandonado...
Órfão buquê que a saudade insiste
Em deixar sobre o teu caixão depositado...

Desculpe-me por não serem cravos exuberantes...
São flores murchas da última estação...
Os mais belos cravos colhidos bem antes
De avançar sobre mim, a solidão...

Todo o cemitério vai mergulhando nas sombras...
E dos cravos, as pétalas fanas
Vão formando fúnebres alfombras...

Dou-te adeus num buquê despetalado...
Num buquê que rola pela grama,
E que melancolicamente se desfaz ao ser tocado...

(P.O.Velásquez)