sábado, 4 de abril de 2020

Amazonas... (04/04/2020)

No Amazonas se agita suave a maresia...
Tranquilo sopra o vento tristemente...
Um ondulante respingo de melancolia
leva os meus sonhos para sempre...

Balançam as águas e de repente
elas se agitam escuras, sinistras, tenebrosas!
Acompanham sinuosas e perenes
as ondas que agora quebram mortas...

Deslizam meus sonhos com estilo e graça
e flutuam e vão por sobre as ondas
e brincam com a saudade que me abraça...

Mergulham meus sonhos nas águas do rio
E lá (nos confins esquecidos do Amazonas!),
desaparecem pouco a pouco no vazio...

(Onivan)

quinta-feira, 26 de março de 2020

É Tempo de Mudanças (26/03/2020)

Muda-se tudo!
Mudam-se as coisas.
Muda-se a vida...

As lágrimas
Não se misturam mais
À chuva, não!
E os sonhos,
(Um dia perdidos!),
No tempo
Não voltam mais,
Porque há vida!
E a vida segue!
Não volta atrás...


Tudo muda!
Tudo passa!
Tudo vem e vai...

Aquele dorido descaso
Não sufoca o peito
Mais...
As solidões infindas,
Finalmente chegam
Aos seus finais,
Pois os belos sorrisos,
(Antes forçados!),
Já não se contraem
Mais...

E hoje, (como ontem!),
Há de se dizer tudo,
Tudo
O que na alma vai,
Porque, amanhã,
Talvez,
Nunca o possamos
Dizer mais...

(Onivan)

domingo, 6 de agosto de 2017

Duas Lágrimas – 04/06/2017

Do teu olhar duas lágrimas doridas
caem - por entre mágoas -, fanadas...
Caem dolorosamente e pungidas
penetram profundamente a minha alma!

Do teu olhar duas lágrimas sofridas
escorrem como lágrimas parcas...
Escorrem pela tua face e fendidas
deixam na minha face a tua marca...

O teu olhar - pelo meu olhar eclipsado! -,
percebe no matiz do olhar preterido
que o presente sempre imita o passado...

Nessa hora duas lágrimas vão ao chão!
Uma, a do teu olhar tanto sofrido...
A outra, a do meu olhar de solidão...

(Onivan)

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Dois Anjos... (23/09/2009)

São duas marfíneas esculturas
do meu mais vívido amor de outrora!
Dois anjos numa sepultura
descansam tão solitários agora...

Um anjo encima o teu mausoléu,
o outro descansa no frio do jazigo...
Dois anjos na terra - outro no céu! -,
Dois anjos aqui comigo...

Dois anjos! Um cinzelado mármore!
São duas esculturas
que esculpi embaixo às árvores...

Tão belos, alçam suas asas aos céus,
E na terra (pétreas figuras),
Descansam sobre o teu mausoléu...

(Onivan)

sábado, 24 de maio de 2014

Daquelas Desgraçadas Tardes de Verão... 14/05/2014


De nada para o nada, de nós dois...
Daquelas desgraçadas tardes de verão
Só nos restaram escassas lembranças
Num desesperado grito de  solidão...

Nossos sonhos assim morreram
Em abraços natimortos desde então...
Aos nossos braços desmembrados
Não se suturaram outras mãos...

Daquelas desgraçadas tardes de verão...
Daquele acaso sobrevindo
Só o sangue na areia marca o chão...

É assim o amor: - Uma fatal desilusão.
Destrói tão fundo a alma
Que alcança destruir o coração...

(P.O.Velásquez)


sábado, 28 de dezembro de 2013

À Sombra dos Laranjais (Eu)


Vão-se me encerrados numa abóbada, os dias,
E tanto e mais, as horas...
Imergem em mim embalsamadas alegrias,
Do nascer ao morrer da aurora...

À sombra dos laranjais vou morrendo
Assim como morrem, de um ramo em flor, os pomos...
Morro que morro vergastado pelo vento
Ao sabor das almas que me revolvem os sonhos...

Precipitados do pomar os sonhos mais maduros
Melancolicamente passam ao chão,
Assim como a vida passa com passos obscuros
Que tanto modificam sutilmente o coração...

Ora, mas o que me é a vida, assim, no viver à sombra,
Se não a dor que me dói mais?!
Se não o vento que balança tão esplêndida alfombra
E que ecoa à fina flor dos laranjais!

Não me vem à lembrança o orvalho da aurora ensolarado,
Não!...O que me vem são os lamentos doridos
Dos laranjais que perfumam os campos nunca sonhados
E os frutos nunca colhidos...

(P.O. Velásquez - 28/12/13)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Solstício de Saudades... (28/06/2011)




De cima do Equador 
Observo, tristonho, a cidade...
Inquiro a Deus onde ficou
Meus sonhos de mocidade?!

O solstício de verão é sevo...
Incide sobre a alma enrugada,
E o meu olhar se fecha cego
Da melancolia irradiada...

Entreabrem solidões, e abaixo
Do monumento petrificado
Reflete o sol, delgado facho...

Sonhos redivivos no Equador...
Na lembrança guardados
No esplendor que Deus criou...

(P.O.Velásquez)