sexta-feira, 5 de junho de 2009

Anjos de Mármore (30/04/2009)

Ó anjos!...Que vão deitados nessas lajes!
Que expiam a eternidade... Serenos!
Que vão desnudos, em brancos trajes!
Que vão cobertos por véus plenos...

Ó anjos de mármores!...Tão encurvados!
Que rezam tão silenciosas preces!
Que vivem nos cemitérios, sossegados...
Que cuidam de tudo o que fenece...

Ó anjos!...De asas em vôos petrificados!
Que ficam em cima dessas lajes velando!
Que vão com seus olhares enlevados...
Que vão sobre as catacumbas chorando...

Ó anjos de mármores!...Tão tristonhos...
Que são essas lágrimas doridas?!
Que são essas saudades?!...Os sonhos,
Que perseguem nessas vidas?!

Ó anjos!...De olhar que vão tão perdidos!
Que nunca, ao céu, em vôos se alçam!
Que pranteiam, na dor, os entes queridos!
Que muitos esses mortos abraçam...

Ó anjos de mármores!...Tão terrenos são!
São sentinelas guardando à eternidade!

São brancas silhuetas, velando à solidão!
São estátuas em vigília às saudades...


(® P.O.Velásquez)