sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Os Cigarros de Irene... (14/01/2009)

Bem sou a tosse seca!...O desprezível escarro!
Sou os alvéolos mais necrosados... Ó Irene!
Sou eu - bem tanto -, as baganas dos cigarros!
Que tanto te amortalham o corpo doente...

Sou eu!...E tanto!...E mais!...O vil cigarro,
Que fere teu corpo!...O enfisema, lá no fundo!
Dos roucos gemidos, sou o pigarro,
Que irrompe do teu sono mais profundo!

É muita, e tanta a fumaça que no quarto flutua!
Um!...Dois!...Três!...Quatro cigarros!
Irene os acednde, assim, com desenvoltura,
E cospe no assoalho o vil escarro!

Dos lábios, vou-te sufocando num finado beijo!
Das mãos, vou-te ao pulmão, num trago!
Na vida!...Sou teu último desejo!
Na morte!...Sou teu último escarro!

(® P.O.Velásquez)

Nenhum comentário:

Postar um comentário