quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

É a Vida...

Chegamos assim, de mansinho e, devagarzinho vamos crescendo, vamos levando, vamos vivendo. Em certos períodos, é aquele sufoco que parece não ter mais fim, então, as lágrimas vêm e juntas, passam a inquirir: Para onde vamos? A estação se aproxima. Desceremos ou seguiremos adiante?
Nesses momentos, um sorriso indelével flutua no espaço e intocável - como o são todos os sorrisos -, desfaz nossos mais íntimos sonhos. Quando procuramos decifrá-lo, desaparece no ar, deixando em nós uma angustiante sensação de “déja vu”. E nisso, não sabemos se fomos ou não. Se já não passamos por ali em outros tempos. Impossível dizer se estamos dormindo ou sonhando acordados.
Somos assim, duas metades da mesma moeda. O amor e a razão. Lados opostos, porém, interligados num mesmo universo. A loucura dentro da razão! Não nos importa aonde chegar, tanto faz o caminho que tomarmos. A direção não interessa, o que importa em si é que sempre chegaremos a algum lugar.
É esse o sentido da vida? Buscar um final feliz ou viver da melhor maneira possível cada segundo acabado ou inacabado, como se ela fosse terminar abruptamente? A resposta está lá, no fim do túnel, mas quem garante que quando lá chegarmos, nós encontrará a tão auspiciosa luz?
Há de vivermos intensamente, bem o mal, mas vivermos. Sentirmos o prazer que é a vida. O êxtase de se viver com todos os sentidos completos! O agora é aqui, neste momento, o passado, não volta mais, o futuro não nos pertence, porém, o presente, este sim, é nosso! Podemos dispor dele como bem o entendermos, usufruí-lo sem medo ou restrições porque não sabemos o que pode acontecer no movimento seguinte da grande engrenagem que rege nossas vidas.
Diante das nossas vicissitudes, vão-se os dias numa melancolia infinda. Levam consigo nossas ansiedades, nossas desilusões, nossos sonhos e, em tudo isso, o que era nunca o foi e o que foi, nunca o tivemos.
À noite, um imenso vazio invade os recônditos mais secretos da nossa alma, e ela, que tanto procuramos resguardar das palavras desencontradas que ouvimos, sucumbe nos passos perdidos que nunca seguimos ou nas carícias trocadas que nunca esquecemos. E assim, a vida continua sua insofismável rotina e nós, escravos que somos dos seus caprichos, seguimos procurando vivê-la da melhor maneira possível...

(P.O.Veslázquez - 26/10/2008)

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