segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Um dia... Um adeus...

Nem percebemos quando terminou. Só soubemos que acabou quando deixamos de fazer as coisas juntas, de pensar um no outro, enfim, de nos procurar. As horas começaram, então, a passar mais lentas, sem pressa. Não como antes! Não! Antes elas voavam ligeiras, iam céleres por segundos! Perdiam-se no afagar dos carinhos, nos beijos trocados as escondidas ou à luz clara do dia, na frente dos amigos ou inimigos. Nada importava naqueles sôfregos momentos! Quando nos dávamos conta, o tempo já tinha passado, e aí, pedíamos mais! Queríamos sempre mais, e mais e mais ainda! Não nos cansávamos, só queríamos mais uns minutinhos, era tudo o que a gente pedia, não obstante, tínhamos que nos contentar com o que fora dado, para, no dia seguinte, recebermos mais do mesmo.
Entretanto, o tempo foi passando, e a gente, ficando...
Muitos não conseguiram alcançar a tão desejada felicidade, desistiram de lutar, morreram, ou ficaram pelo meio do caminho, jogados nos cantos da vida, outros, conseguiram seguir adiante, mas arrefeceram com o tempo. Só uns poucos, bem poucos mesmo – separados é bem verdade -, conseguiram se eternizar e amadurecer na compreensão e na liberdade existente em si.
Outros passaram a nossa frente de relance, num atônito olhar. Deixaram suas marcas indeléveis gravadas nos nossos mais secretos desejos. Deixaram as coisas ardendo dentro do peito, lá dentro da alma! Não era preciso a gente tocar. Só tínhamos apenas que deixar a imaginação voar, e pronto, estávamos felizes. Numa festa, no shopping, no trabalho, sempre percebíamos aquele olhar esgazeado. Era fulminante na sua compreensão e agrado. Muitas vezes, desviávamos sem nos dar chance de arriscar, noutras, fixávamos os olhos e nos deixávamos levar pelos devaneios de uma admiração ou paixão.
Naquela época, os abraços estavam sempre prontos a nos acalentar quando sentíamos medo. Foram muitas as decepções nessa vida. Mas também tivemos bons momentos juntos, quando a gente ria pelo simples prazer de estar junto ao outro. As pessoas que nos olhavam, não entediam a nossa alegria, porém, porém, nós sabíamos o motivo. É que vivíamos com sorrisos abertos em palavras de carinhos e o que era mais importante nisso tudo, é que essas palavras estavam presas à fidelidade de uma convivência feliz, de um ouvir calado e de um falar sensato.
Mas isso foi há muito tempo, não foi? Desde então, as coisas mudaram. Os sonhos não se realizaram. O amor terminou. E aí, a gente cresceu, depois casou, descasou e casou novamente, e seguimos em frente - bem o mal -, com aquele ar cansado e melancólico pairando por sobre nossas mais solitárias noites.

(P.O.Velásquez - 30/11/08)

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